quarta-feira, 5 de maio de 2010

Para que serve a Filosofia



“O filósofo se desapega de seus preconceitos para compreender a realidade”
Você conhece algum filósofo? Ou entende por que uma pessoa escolhe por livre e espontânea vontade ser filósofo?

Você sabe qual é o trabalho desse profissional? Onde trabalha? Ou simplesmente a que se propõe?

Para quem não tem a menor idéia dessas respostas e lembra vagamente do filósofo como aquele ser mitológico amante do conhecimento, é bom tomar cuidado. Filósofos modernos existem sim, mas eles andam se escondendo (talvez no fundo de uma caverna de Platão) dentro das universidades, atrás de métodos, teorias, histórias e outros assuntos afins. Raramente eles dão as caras para analisar o mundo real, a fonte e a inspiração de seu conhecimento.
“Ocorreu uma profissionalização da filosofia para além daquilo que seria necessário, uma especificação muito grande, com uma perda do todo, do real”, explica o professor Paulo Ghiraldelli, livre-docente em filosofia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Mesmo que você não perceba, está a todo momento pisando em filosofia, seja nos filmes a que assiste, nos livros e jornais que lê e até na televisão. As análises diretas e indiretas de tudo são na verdade um exercício de filosofia, nas quais o conhecimento filosófico ajuda muito. “Não é à toa que a sociedade está buscando esse conhecimento fora da universidade, em cursos livres, debates e livros”, acrescenta Ghiraldelli.

Pensamento livre

A filosofia é como uma ferramenta para o pensamento de base. “O filósofo é um livre-pensador que se desapega de seus preconceitos para compreender a realidade na sua diversidade e multiplicidade”, explica Ricardo Monteagudo, coordenador do curso de filosofia da Unesp.
Se ainda assim é difícil entender para que serve essa tal filosofia, vale lembrar o quanto da nossa realidade nasceu de estudos filosóficos, por meio de questionamentos de ontologia (da ordem do que existe e por que existe), de ética (nosso senso de justiça, de moral, de responsabilidade), de lógica (para a organização do discurso, da matemática, do pensamento), sobre o conhecimento (o processo cognitivo e de aprendizado) e sobre a estética (não só do que apreendemos como belo e por que o fazemos, mas também aquilo que entendemos como arte). A filosofia está à nossa
volta.
Para que serve a filosofia. Galileu: Editora Globo, n. 169, p. 70, ago. 2005.

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