
“O filósofo se desapega de seus preconceitos para compreender a realidade”
Você conhece algum filósofo? Ou entende por que uma pessoa escolhe por livre e espontânea vontade ser filósofo?
Você sabe qual é o trabalho desse profissional? Onde trabalha? Ou simplesmente a que se propõe?
Para quem não tem a menor idéia dessas respostas e lembra vagamente do filósofo como aquele ser mitológico amante do conhecimento, é bom tomar cuidado. Filósofos modernos existem sim, mas eles andam se escondendo (talvez no fundo de uma caverna de Platão) dentro das universidades, atrás de métodos, teorias, histórias e outros assuntos afins. Raramente eles dão as caras para analisar o mundo real, a fonte e a inspiração de seu conhecimento.
“Ocorreu uma profissionalização da filosofia para além daquilo que seria necessário, uma especificação muito grande, com uma perda do todo, do real”, explica o professor Paulo Ghiraldelli, livre-docente em filosofia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista).
“Ocorreu uma profissionalização da filosofia para além daquilo que seria necessário, uma especificação muito grande, com uma perda do todo, do real”, explica o professor Paulo Ghiraldelli, livre-docente em filosofia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Mesmo que você não perceba, está a todo momento pisando em filosofia, seja nos filmes a que assiste, nos livros e jornais que lê e até na televisão. As análises diretas e indiretas de tudo são na verdade um exercício de filosofia, nas quais o conhecimento filosófico ajuda muito. “Não é à toa que a sociedade está buscando esse conhecimento fora da universidade, em cursos livres, debates e livros”, acrescenta Ghiraldelli.
Pensamento livre
A filosofia é como uma ferramenta para o pensamento de base. “O filósofo é um livre-pensador que se desapega de seus preconceitos para compreender a realidade na sua diversidade e multiplicidade”, explica Ricardo Monteagudo, coordenador do curso de filosofia da Unesp.
Se ainda assim é difícil entender para que serve essa tal filosofia, vale lembrar o quanto da nossa realidade nasceu de estudos filosóficos, por meio de questionamentos de ontologia (da ordem do que existe e por que existe), de ética (nosso senso de justiça, de moral, de responsabilidade), de lógica (para a organização do discurso, da matemática, do pensamento), sobre o conhecimento (o processo cognitivo e de aprendizado) e sobre a estética (não só do que apreendemos como belo e por que o fazemos, mas também aquilo que entendemos como arte). A filosofia está à nossa
volta.
Para que serve a filosofia. Galileu: Editora Globo, n. 169, p. 70, ago. 2005.
Se ainda assim é difícil entender para que serve essa tal filosofia, vale lembrar o quanto da nossa realidade nasceu de estudos filosóficos, por meio de questionamentos de ontologia (da ordem do que existe e por que existe), de ética (nosso senso de justiça, de moral, de responsabilidade), de lógica (para a organização do discurso, da matemática, do pensamento), sobre o conhecimento (o processo cognitivo e de aprendizado) e sobre a estética (não só do que apreendemos como belo e por que o fazemos, mas também aquilo que entendemos como arte). A filosofia está à nossa
volta.
Para que serve a filosofia. Galileu: Editora Globo, n. 169, p. 70, ago. 2005.
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