sábado, 31 de março de 2012

VERGONHA BRASILEIRA - por Gabriel Bonis (Revista Carta Capital)


A ironia preenche as entrelinhas de uma das manchetes do site do jornal argentino Página 12 na quinta-feira 27. O curto texto sobre o Brasil manda uma mensagem direta: “estamos à frente”. O parágrafo diz: “No mesmo dia em que a Argentina condenava os repressores, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, conseguiu aprovar no Senado a criação de uma Comissão da Verdade para investigar as violações de Direitos Humanos ocorridas na última ditadura militar (1964-1985). O grupo especial poderá determinar responsabilidades, mas não terá como levar os possíveis acusados perante à Justiça, pois uma Anistia ratificada em 2010 pelo Supremo Tribunal ampara os torturadores.”

O ácido sarcasmo da mídia argentina em relação ao Brasil, geralmente direcionado a rixas futebolistas, é de fato plausível. O país conseguiu aquilo que nossos ativistas de Direitos Humanos, ex-perseguidos políticos e parte da sociedade brasileira almejam: o julgamento de agentes do Estado responsáveis por crimes contra a humanidade no período ditatorial.

Eleito presidente pelo voto direto em 1983, após a queda do regime autoritário na Argentina (1976- 1983), Raul Alfonsín suspendeu a autoanistia dos militares. Seu governo julgou a Junta Militar e condenou a cúpula da ditadura à prisão, mas não resistiu a pressões políticas e sancionou duas novas leis de anistia.

No entanto, oito anos após derrubar essas mesmas leis, a Justiça do país condenou à prisão perpétua, na quarta-feira 26, 13 ex-militares e outros três agentes a mais de 18 anos de detenção. Eles foram julgados por crimes cometidos pela Escola de Mecânica da Armada (Esma) durante a ditadura contra 86 pessoas.

O veredito, transmitido ao vivo pela televisão e em um telão próximo ao tribunal em Buenos Aires, mandou para a prisão o ex-capitão Alfredo Astiz, de 59 anos, o “anjo loiro da morte”, e o ex-capitão de corveta Jorge “Tigre” Acosta, inventor do atroz “voo da morte”, no qual prisioneiros políticos eram atirados sobre o Rio da Prata ou no oceano ainda vivos.

Enquanto isso, as Forças Armadas brasileiras ainda relutam em reconhecer sequer a existência de crimes contra a humanidade durante a ditadura e manifestam-se de forma arredia contra iniciativas capazes de punir agentes do Estado responsáveis por tais violações. Com isso, a imagem da instituição e do Brasil seguem arranhadas junto aos cidadãos e à comunidade internacional, pois países vizinhos agem para esclarecer os crimes do período em seus territórios.

O atraso brasileiro gerou críticas da organização de Direitos Humanos Anistia Internacional em um relatório divulgado em maio deste ano. Além disso, o Brasil foi condenado em 2010 pela Organização dos Estados Americanos (OEA) por não investigar os crimes cometidos pelo regime militar na repressão à Guerrilha do Araguaia na década de 1970.

A negativa do País em condenar criminalmente agentes do Estado envolvidos em violações dos Direitos Humanos no período integra uma série de particularidades do Brasil sobre o assunto, aponta a cientista política e pesquisadora da Unicamp, Glenda Mezarobba, autora de Acerto de Contas com o Futuro – A Anistia e suas Consequências: Um Estudo do Caso Brasileiro (Humanitas, 272 págs., R$ 28,00). “A Justiça reconhece o crime e a sua responsabilidade na esfera civil. Oferece reparações, mas não identifica o agente das ações. Isso é peculiar.”

Segundo a especialista, doutora pela Universidade de São Paulo com uma tese abordando as posições de Brasil, Argentina e Chile sobre crimes de militares na ditadura destes países, a configuração da Justiça brasileira também é responsável pelo atraso nacional neste quesito. “Na Argentina e Chile, as vítimas podem entrar na Justiça para responsabilizar os agentes do Estado envolvidos, mas no Brasil precisamos da abertura do caso pelo Ministério Público”, destaca. “Na época da ditadura, o MP estava alinhado aos militares. Depois dela, não se movimentou a respeito.”

A legislação brasileira apresenta ainda mais empecilhos para solucionar esses crimes. “Somos pouco permeáveis à jurisprudência, tratados e acordos internacionais, que, de modo geral, possibilitam alguma responsabilização por crimes contra a humanidade, por exemplo.”

Além disso, a cientista política aponta que, enquanto a Argentina rechaçou suas leis de anistia, o Brasil fez um movimento para conseguir esse recurso na legislação, o que também dificulta o seu questionamento. “É obvio que o teor da lei brasileira tem o tom desejado pelos militares, mas a tramitação no Congresso, o debate e as propostas de emendas, embora não aceitas, proporcionam alguma legitimidade.”

Esse engajamento popular foi inclusive utilizado como justificativa para a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em considerar a lei constitucional em 2010. Na época, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) questionou a validade da anistia para agentes estatais que praticaram tortura, pedindo que o artigo 1º da Lei 6683 não incluísse agentes públicos autores de crimes como homicídio e desaparecimento contra opositores do regime.

A pesquisadora da Unicamp, porém, defende que a decisão do STF não impossibilita o julgamento de torturadores. Segundo Mezarobba, o Judiciário ainda interpreta a lei com a visão desejada pelos militares e isso impede que a mesma seja testada pelo Ministério Público. “Apenas recentemente estão surgindo algumas iniciativas isoladas no Rio Grande do Sul e em São Paulo para tentar definir os responsáveis por alguns crimes durante a ditadura.”

Wálter Maierovitch, jurista e colunista de CartaCapital, discorda da pesquisadora e explica que essa discussão se encerrou com o posicionamento do STF. “Está aí o grande problema da Comissão da Verdade, que vai realizar uma apuração e não poderá fazer mais nada.” No entanto, o ex-desembargador aponta que a Corte Interamericana de Direitos Humanos considera a lei brasileira de anistia ilegal por ser um autodecreto militar.

Em 2010, o STF também alegou não poder alterar e reescrever a Lei da Anistia por esta ser uma função do Legislativo. Por isso, os deputados Luiza Erundina (PSB-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ) apresentaram propostas de revisão da lei no Congresso. Contudo, uma decisão semelhante à ocorrida no Parlamento uruguaio, que derrubou na última semana a prescrição de crimes cometidos durante a última ditadura militar (1973-1985), parece distante no Brasil. As propostas dos parlamentares foram rejeitadas no final de setembro pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Os projetos ainda estão em tramitação e vão passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ir a plenário. Contudo, o revés ocorrido poucos dias após a aprovação da Comissão da Verdade na Casa dificulta a transformação em lei.

Por outro lado, a Comissão, que aguarda a sanção de Dilma Rousseff para entrar em vigor, é a aposta do governo no esclarecimento de fatos durante o período ditatorial. No entanto, não há a possibilidade de punir agentes do Estado envolvidos em violações dos Direitos Humanos.

Mesmo assim, houve atrito com os militares que pressionaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alterar o texto original da proposta em 2010. A corporação não ficou satisfeita com o termo “apurar violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política”. Após pressão, houve uma alteração para “violações praticadas no contexto de conflitos políticos”.

Desta forma, segundo os integrantes da caserna, a comissão investigaria também militantes de grupos armados, por exemplo. Este, diga-se, não foi o único desalinhamento do governo com os militares. Em 2009, o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os três comandantes das Forças Armadas ameaçaram deixar os seus cargos devido à possibilidade da revisão da Lei da Anistia.

O comportamento dos militares e de alas mais conservadoras da sociedade brasileira reflete uma máxima irreal de que não é possível punir apenas agentes do Estado por crimes durante o regime autoritário, pois grupos de oposição e civis também praticaram atos de resistência violentos.

Mezarobba é, porém, enfática ao questionar os defensores deste argumento. Para a cientista política, não há como desconsiderar que inúmeros prisioneiros políticos e opositores de grupos armados cumpriram penas por seus atos. “Milhares de documentos nos arquivos da Unicamp mostram processos que tramitaram no Supremo Tribunal Militar. Essas pessoas foram processadas, condenadas e cumpriram pena com base em uma lei completamente arbitrária”, diz. E aponta: “Os militares envolvidos na repressão jamais foram condenados criminalmente.”

Posições quase opostas

Para pesquisadora, a ditadura conseguiu emplacar e manter a ideologia do esquecimento. Foto: Marcello Casal JR/ABr

A pesquisadora também destaca outros fatores que acentuam a diferença nas políticas adotadas por Brasil e Argentina sobre o tema. “No Brasil, os exilados retornaram com a preocupação de fazer política, criar partidos e disputas eleitorais. Abandonaram a luta pela solução dos crimes da ditadura.”

Além disso, os argentinos possuíam um movimento de Direitos Humanos bem estruturado antes do regime militar, ao contrário do Brasil, explica. Esses grupos ganharam força no País apenas na luta pela anistia, que também envolvia a redemocratização, o fim das torturas e a condenação de responsáveis por estes crimes. “No entanto, por algum motivo peculiar a palavra de ordem vira anistia, que significa esquecer, perdoar. Enquanto isso, Argentina e Chile utilizam como bandeira a justiça.”

Apesar de adotar uma política de “não confrontar o passado”, o Brasil é pego em mais uma de suas “particularidades” ao ser capaz de reconhecer participantes de regimes autoritários de países vizinhos. Prova disto são as extradições de militares supostamente envolvidos em violações de Direitos Humanos na América do Sul.

Em 2010, o País extraditou para a Argentina o militar Manuel Juan Cordero Piacentini, um uruguaio acusado de perseguir opositores da ditadura no continente nos anos 70. Além dele, o militar argentino Norberto Raúl Tozzo foi enviado de volta a sua nação na última semana, onde deve responder pela participação no fuzilamento de 22 presos políticos em 1976.

Uma prática de extermínio comum na Argentina, país marcado pela mais violenta ditadura da América do Sul. De acordo com estimativas de ONGs argentinas e internacionais, 30 mil civis foram mortos durante o período militar, cinco mil deles pelas mãos da Esma.

Enquanto isso, uma aula de preparação do Ministério da Educação aponta em 384 os desaparecidos políticos ou mortos pela ação de agentes do Estado entre 1964 e 1985 no Brasil. Contudo, segundo ONGs e levantamentos de associações de parentes de vítimas da ditadura, o número pode ser maior. “Temos mais esquecimento que a Argentina nesta luta”, diz Mezarobba.

Para a pesquisadora, esse é um dos “méritos” do regime militar brasileiro e de João Figueiredo. Ao enviar ao Congresso o projeto da Lei da Anistia, quiseram a pacificação das famílias e o fim das lembranças, mas o principal objetivo era, claro, blindar os integrantes da caserna de punições. “Essa jogada conseguiu capturar corações e mentes e até hoje faz o mesmo seguindo a lógica da ditadura.” Cabe aos brasileiros livrar-se dela.

quinta-feira, 22 de março de 2012

PROPOSTA DE FILMES DA UPE


Foi lançado pela UPE uma proposta(louvável)de abordagem de filmes no vestibular 2013. Segue abaixo alguns filmes sugeridos para debate com as escolas e posteriormente aprovação.

Carlota Joaquina, Princesa do Brasil

O Nome da Rosa

Caramuru - A Invenção do Brasil

Narradores de Javé

Memórias Póstumas

Sociedade dos Poetas Mortos

Guerra de Canudos

Meia-Noite em Paris

Baile Perfumado

Diários de Motocicleta

A Hora Da Estrela

O Auto da Compadecida

terça-feira, 20 de março de 2012

PERÍODO JOANINO - QUESTÕES


1. ESAL – MG) – A política expansionista de Napoleão, na Europa, provocou o Decreto de Berlim: 21 de novembro de 1806, conhecido como Bloqueio Continental. Descreva o que foi o Bloqueio Continental, ressaltando suas conseqüências para Portugal.

2. (PUC-MG) A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, provocou sensíveis transformações na vida brasileira. Especifique e mostre a importância de duas dessas transformações.


3. (PUC – RS) Relacione Revolução do Porto e Independência do Brasil.

4 - (ALFENAS) O Bloqueio Continental, em 1807, a vinda da família real para o Brasil e a abertura dos portos em 1808, constituíram fatos importantes

a) na formação do caráter nacional brasileiro.
b) na evolução do desenvolvimento industrial.
c) no processo de independência política.
d) na constituição do ideário federalista.
e) no surgimento das disparidades regionais.

5 - (ESPM) Acontecimentos políticos europeus sempre tiveram grande influência no processo da constituição do estado brasileiro. Assim, pode-se relacionar a elevação do Brasil à situação de Reino Unido a Portugal e Algarves, ocorrida em 1815,

a) às tentativas de aprisionamento de D. João VI, pelas forças militares de Napoleão Bonaparte.
b) à Doutrina Monroe, que se caracterizava pelo lema: "a América para os americanos".
c) ao Bloqueio Continental decretado nesse momento por Napoleão Bonaparte e que pressionava o Brasil a interromper seu comércio com os ingleses.
d) ao Congresso de Viena, que se encontrava reunido naquele momento e se constituía em uma rearticulação de forças políticas conservadoras.
e) a política de expansionismo econômico e à tentativa de dominar o mercado brasileiro, desenvolvida pelos ingleses após a Revolução Industrial.

6 - (UNIBH) “Em 1808, 90 navios, sob bandeiras diversas, entraram no porto do Rio de Janeiro, enquanto, dois anos depois, 422 navios estrangeiros e portugueses fundearam naquele porto. Por volta de 1811, existiam na capital 207 estabelecimentos comerciais portugueses e ingleses, além dos que eram possuídos por nacionais dos países amigos de Portugal”.

As modificações descritas no texto estão relacionadas com

a) o período joanino e o Ato Adicional à Constituição imperial.
b) a abertura dos portos e a guerra de independência da Cisplatina.
c) o domínio napoleônico em Portugal e a implantação do Estado Novo.
d) a abertura dos portos e os tratados de comércio e amizade com a Inglaterra.


7 - (FGA – CGA) A Revolução do Porto de 1820 se caracterizou como um movimento de:

a) consolidação da independência do Brasil;
b) retorno a ordem absolutista em Portugal;
c) repulsa a invasão francesa em Portugal;
d) descolonização do império português na África;
e) revolução liberal e constitucional.

8 - (FGV) "As notícias repercutiam como uma declaração de guerra, provocando tumultos e manifestações de desagrado. Ficava claro que as Cortes intentavam reduzir o país à situação colonial e era evidente que os deputados brasileiros, constituindo-se em minoria (75 em 205, dos quais compareciam efetivamente 50), pouco ou nada podiam fazer em Lisboa, onde as reivindicações brasileiras eram recebidas pelo público com uma zoada de vaias. À medida que as decisões das Cortes portuguesas relativas ao Brasil já não deixavam lugar para dúvidas sobre suas intenções, crescia o partido da Independência."
(Emília Viotti da Costa. Introdução ao Estudo da Emancipação Política)
O texto acima refere-se diretamente:

a) Aos movimentos emancipacionistas: às Conjurações e à Insurreição Pernambucana ;
b) À necessidade das Cortes portuguesas de reconhecer à Independência do Brasil;
c) À tensão política provocada pelas propostas de recolonização das Cortes portuguesas;
d) À repercussão da Independência do Brasil nas Cortes portuguesas;
e) Às consequências imediatas à proclamação da Independência;


9 - (UFPB) “Recentemente foi lançado no Brasil o filme “Carlota Joaquina” que satiriza eventos e personagens da monarquia lusa na América. Entre esses personagens está o regente D. João que, no dizer de Caio Prado Jr. era “homem pacífico e indolente por natureza.”
Fonte: História Econômica do Brasil. 40a ed. São Paulo, Brasiliense, 1993, p. 130.

A respeito da presença da Corte portuguesa no Brasil entre 1808 e 1821, do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que:

a) A presença do regente no Rio de Janeiro, sob a proteção da Inglaterra, rompeu com o pacto colonial.
b) A presença portuguesa no Brasil estreitou os laços de união da metrópole com a Inglaterra, garantindo posteriormente uma política mais firme e autônoma de Portugal frente às demais nações européias.
c) Os comerciantes portugueses foram os principais beneficiados com a abertura dos portos brasileiros às nações amigas.
d) O retorno da Corte portuguesa deu-se imediatamente após o fim do domínio francês sobre Portugal.
e) Até 1822, com a independência brasileira, não houve modificação administrativa ou econômica na colônia, deixando-a D. João, da mesma forma como à encontrou.


10 - (UFPE) Assinale a alternativa que define o papel da “abertura dos portos” no processo de descolonização.

a) A abertura dos portos às nações amigas anulou a política mercantilista desenvolvida por Portugal, junto à sua antiga colônia na América, tornando-a de imediato independente.
b) As novas condições criadas pela Revolução Industrial na Inglaterra e, conseqüentemente, o controle que este país exercia sobre o comércio internacional e os transportes marítimos não permitiam a Portugal, seu antigo aliado, exercer o pacto colonial.
c) A política de portos abertos na América era muito importante para as colônias e negativa para as metrópoles.
d) A abertura dos portos possibilitou ao BRASIL negociar livremente com todas as nações, inclusive com a França.
e) Através da abertura dos portos, o BRASIL pôde definir uma política protecionista de comércio à sua nascente indústria naval.

GABARITO:
04 - C
05 - D
06 - D
07 - E
08 - C
09 - A
10 - B

segunda-feira, 19 de março de 2012

HISTÓRIA: PROPOSTA DE CONTEÚDOS DO SSA-UPE 2013

PROGRAMAS SSA 2013 HISTÓRIA



HISTÓRIA SSA – 1ª. série

•1. História, fontes e historiadores; 1.1 Cultura e História; a diversidade do fazer e do pensar humanos e sua relação com a Natureza. 2. A Pré-História: economia, sociedade e cultura; 2.1 O Brasil pré-cabralino; 3. As relações entre poder e saber na Antiguidade Oriental e Ocidental e a busca pela compreensão e superação das dificuldades históricas. 4. As relações de poder na Idade Média Ocidental e Oriental e a importância da Igreja Católica na construção das suas concepções de mundo; 4.1 O mundo islâmico medieval; 4.2 A produção cultural no medievo. 5. A Modernidade com projeto histórico da sociedade europeia; 5.1 A formação do mundo moderno: O Renascimento, A Reforma e a conquista e colonização dos povos da América; 5.2 Violência e dominação cultural nas relações políticas entre colonizados e colonizadores. 6. Europa-África-América: A escravidão e sua inserção no mundo moderno. 6.1 A luta contra o seu domínio e sua contribuição para o crescimento do poderio europeu na gestão das riquezas e das concepções culturais de mundo.

HISTÓRIA SSA 2ª. série
1. O capitalismo e as suas relações históricas com a formação da burguesia. 1.1 Novas formas de saber e poder e mudanças na Europa. 1.2 A construção do liberalismo na política e na economia. 2. As resistências contra a colonização dos europeus e lutas políticas nas América. 2.1 As influências das ideias liberais e as crises do antigo regime. 3. O Brasil e a formação do Estado Nacional. 3.1 Autoritarismo e escravidão, hierarquias socais e revoltas políticas no período de Império. 4. A modernização da sociedade ocidental e sua expansão. 4.1 O impacto das invenções modernas e a crítica às injustiças do capitalismo. 4.2 O político-cultural e suas renovações: Romantismo, Socialismo e Anarquismo; 4.3 Produção cultural no Brasil do século XIX. 5. A expansão do mundo capitalista: o neocolonialismo e a opressão cultural: América, África e Ásia. 5.1 Os preconceitos científicos e as contradições do progresso. 5.2 As relações entre saber e poder no século XIX. 6. As relações históricas entre o abolicionismo e republicanismo no Brasil. 6.1 A busca de alternativas políticas e os ensaios de modernização nos centros urbanos.

HISTÓRIA SSA 3ª. série
•1. As primeiras décadas republicanas no Brasil. 1.1 Oligarquias e resistências. Insatisfações e modernismos. 1.2 O movimento operário e suas primeiras organizações e greves. 2. A primeira metade do século XX. 2.1 A I Guerra Mundial. 2.2 A Revolução Soviética. 2.3 O nazi-fascismo. 2.4 A Crise do capitalismo. 3. A modernização no Brasil e o autoritarismo político na primeira metade do século XX. 3.1 As dificuldades de construção da democracia e lutas dos trabalhadores. 4. A II Guerra Mundial e o fim dos impérios. 4.1 A descolonização da África e da Ásia. 4.2 Guerra Fria. 5. O mundo depois das guerras mundiais: as dificuldades as utopias e as relações internacionais. 5.1 Produção cultural no século XX; 5.2 Resistências culturais e o crescimento tecnológico. 5.3 A globalização e a massificação cultural: o cotidiano e seu controle pelo poder hegemônico. 5.4 Tensões contemporâneas: o Oriente Médio, a América Latina e a África. 6. O regime militar no Brasil: violência, censura e modernização. 6.1 A luta pela democracia e suas dificuldades. 6.2 Produção cultural no Brasil do século XX; 6.3 Organização política e violência social e urbana e a consolidação do capitalismo. 6.4 O Brasil e as suas relações com a América Latina nos tempos atuais.

terça-feira, 13 de março de 2012

ARTE ROMÂNICA




Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem início o período histórico conhecido por Idade Média. Na Idade Média a arte tem suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo modificações no comportamento humano, com o Cristianismo a arte se voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus proposto pelo cristianismo é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo e a medida de todas as coisas. A igreja como representante de Deus na Terra, tinha poderes ilimitados.
ARQUITETURA
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja a estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são:
* abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
* pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas;
* aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
* torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e
* arcos que são formados por 180 graus.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade.
A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário que começou a ser construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu.
Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas.

PINTURA E ESCULTURA
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da arquitetura.
A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais.
MOSAICO
A técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas pedras, de vários formatos e cores, que colocadas lado a lado vão formando o desenho, conheceu seu auge na época do românico. Usado desde a Antigüidade, é originária do Oriente onde a técnica bizantina utilizava o azul e dourado, para representar o próprio céu.

quinta-feira, 8 de março de 2012

CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA





Contatos sociais

Primeiro passo para qualquer associação humana, pois a convivência humana pressupõe uma variedade de formas de contato. É a base da vida social.
02 Tipos:
Primários - Contatos pessoais diretos. Forte base emocional.
Secundários - São os contatos impessoais, formais .
Contexto Industrialização / urbanização predomina contatos secundários. Proximidade física não significa necessariamente proximidade afetiva.
Isolamento social - caracterizado pela ausência dos contatos sociais ( atitudes de ordem social e atitudes de ordem individual ).

Interação social
O simples contato não é suficiente para que haja interação social. È preciso que haja mudança do comportamento dos indivíduos envolvidos como resultado do contato e da comunicação que se estabelece.
“ Processo de influência recíproca ou unilateral entre dois ou mais agentes sociais”.
Reciprocidade – proximidade dos agentes sociais , contato direto ou quando há possibilidade de reação por parte dos agentes envolvidos no processo
Unilateral - não há necessidade do contato direto nessa interação e um dos agentes influencia, mas não pode é influenciado pelo outro

Relação Social
Dá se o nome de relação social as diferentes formas da interação social . Relação econômica, relação pedagógica,relação familiar.

Processos Sociais

Diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam uns com os outros. A forma como os indivíduos se relacionam e estabelecem relações sociais.
Processos sociais - são diferentes formas de interação. Interação é processo social geral.
Ação entre dois ou mais agentes contribuindo para aproximá-los ou afastá-los.
Classificação:
• coesivos ou positivos ( cooperação, acomodação e assimilação)
• disjuntivos ou negativos ( competição e conflito)

Cooperação
Não pode haver sistema social sem um mínimo de cooperação. Muitas vezes não há clareza dos processos sociais cooperativos.
È a forma de interação na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham juntos para um mesmo fim.
Cooperação  consenso a respeito de metas culturalmente legítimas, valores , crenças e normas coletivas.
Cooperação nem sempre o consenso está presente. Pode resultar da existência de interesses e objetivos diferentes mas complementares. Ex: classes sociais
“Cooperação existe quando a troca resulta satisfatória para ambas as partes”
Ex: categoria detém serviços imprescindíveis  Maior poder de barganha. Poder de barganha pequeno  nível de insatisfação alto.
O equilíbrio e a cooperação do sistema interativo  concessões da categoria social dominante.

Acomodação
È o processo social em que o indivíduo, grupos ou categorias em interação não compartilham metas, crenças, atitudes e padrões de comportamento, mas convivem pacificamente. Para evitar o conflito as categorias sociais minoritárias simulam um comportamento que não corresponde ao seu acervo sóciocultural.
Não há uma transformação de pensamento, sentimentos e atitudes. Mudanças são exteriores, manifestam apenas enquanto comportamento social.
Ajustamento de indivíduos ou grupos apenas nos aspectos externos do seu comportamento.

Assimilação
É o processo através do qual indivíduos, grupos ou categorias de culturas diferentes permutam os seus respectivos acervos/bagagem culturais .
EX: Miscigenação. Conversão
Implica transformações internas nos indivíduos. Envolvem mudanças na maneira de pensar, de sentir e agir.

Competição
Ocorre quando vários indivíduos buscam alcançar um objetivo que pode ser alcançado por todos ou pela sua maioria.

Conflito
Geralmente ocorre quando indivíduos, grupos ou categorias sociais tem interesse ou objetivos incompatíveis entre si.
Inibição do conflito
 dominação das categorias detentoras de maior participação no processo de distribuição social da riqueza e do poder
 nível suficiente de satisfação no processo de troca entre categorias sociais com interesses distintos
Tipos de conflitos: étnicos, terra, religiosos , políticos.

Competiçao Conflito
forma de luta pela sobrevivência, forma de rivalidade

pacifica, inconsciente, impessoal disputa, guerra, violência
consciente, pessoal


Socialização
Processo pelo qual o individuo assimila os valores, normas e as expectativas sociais de uma sociedade ou grupo.
Responsável por desenvolver nos membros de uma sociedade , gostos , idéias, e sentimentos correspondentes a cultura do grupo social no qual esses indivíduos vão viver

Grupos
Conjunto de indivíduos que agem de maneira coordenada, auto-referida ou recíproca.
Condições necessárias  contato contínuo, objetivos e interesses comuns.
Condições suficientes  estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertencer a uma mesma unidade social.

Agregados
São unidades sociais cuja existência depende da proximidade física entre os seus componentes individuais.. Desfeita a proximidade física o agregado já não existe . Ex: auditório, manifestação pública, o agregado residencial, a turba.

Categorias

São constituídas por indivíduos que possuam uma ou mais características comuns, porém separadas fisicamente.

Ex: categoria religiosa – filiados a religião católica no Brasil estão dispersos em todo o território brasileiro.

Conjunto de indivíduos que pertencem a uma categoria não forma necessariamente uma coletividade autoconsciente. Características definidoras de uma categoria depende do arbítrio de quem a elabora.